Selic caiu 0,5%. Mas o que vem pela frente?

Na 256ª Reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, realizada nos dias 1 e 2 de agosto de 2023, foi discutida a conjuntura econômica, cenários de riscos e a condução da política monetária. No ambiente externo, houve observação de desinflação moderada, mas com núcleos de inflação elevados, resiliência nos mercados de trabalho e continuidade das ações de aperto monetário em várias economias. No âmbito doméstico, indicadores apontaram para uma desaceleração gradual da atividade, com estabilidade na indústria, moderação no setor de serviços e resiliência no mercado de trabalho.

A inflação ao consumidor teve um comportamento mais benigno, especialmente nos componentes de bens industriais e alimentos. No entanto, componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária permaneceram acima da meta de inflação. As expectativas de inflação recuaram, mas ainda se encontram em torno de 4,8% para 2023, 3,9% para 2024 e 3,5% para 2025.

O cenário internacional foi considerado incerto, com resiliência nas economias avançadas, mas algumas incertezas permaneceram devido a fatores como pressões inflacionárias persistentes e riscos geopolíticos. O cenário interno foi marcado por uma desaceleração da atividade econômica, moderação no mercado de trabalho e riscos associados à dinâmica fiscal e à incerteza sobre a superação dos desafios fiscais.

O Comitê optou por uma política monetária contracionista e cautelosa, com a redução da taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual para 13,25% ao ano. Esta decisão foi motivada pela melhoria do quadro inflacionário, mas considerando a necessidade de manter a política contracionista para consolidar a convergência da inflação para a meta.

Para os próximos meses, o Copom sinalizou uma expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões. O ritmo gradual de redução da taxa Selic foi considerado apropriado para manter a política monetária contracionista, levando em conta a dinâmica inflacionária e a ancoragem das expectativas. A extensão do ciclo de ajustes na política monetária dependerá da evolução da inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

Em resumo, a ata da 256ª Reunião do Copom indicou uma postura cautelosa do Banco Central, com a decisão de reduzir a Selic em 0,50 ponto percentual. A tendência para os próximos meses é de continuidade nos cortes graduais da taxa básica de juros, mantendo uma política contracionista para consolidar a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante.